27 de jul. de 2016

Amit Goswami


Os Cientistas da Nova Era – Amit Goswami e o Universo Autoconsciente – Como a Consciência cria o mundo material – A física da Alma – 14ª Parte – 22.09.2015


Os Cientistas da Nova Era – Amit Goswami e o Universo Autoconsciente – Como a Consciência cria o mundo material – A física da Alma – 14ª Parte – 22.09.2015
Ph.D em física quântica, Amit Goswami é referência mundial em estudos que buscam conciliar ciência e espiritualidade. Conferencista, pesquisador e professor emérito do departamento de Física da Universidade de Oregon, EUA, leciona regularmente no Ernest Holmes Institute e na Philosophical Research University, em Los Angeles. Autor de inúmeros artigos científicos publicados em revistas de medicina, economia e psicologia, escreveu também várias obras que estabelecem a relação entre física quântica e espiritualidade, dentre as quais se destacam os best-sellers “A Física da Alma”, “Criatividade Quântica” e o revolucionário e seminal “O Universo Autoconsciente”. Tornou-se mundialmente famoso no filme “What the Bleep Do We Know” – “Quem Somos nós” e sua continuação “Down the Rabbit Hole”, além de participar dos documentários “Dalai Lama Renaissance” e o premiado “O Ativista Quântico”. Atualmente dedica-se a ministrar palestras e cursos por todo o mundo. A convite do Instituto Aleph, visita o Brasil anualmente para a realizar o Curso Introdutório em Ativismo Quântico e Curso Avançado em Ativismo Quântico.
–  O que é o Ativismo Quântico
Nos últimos 400 anos, adotamos gradualmente a crença de que a ciência só pode ser construída sobre a ideia de que tudo é feito de matéria. Viemos a aceitar o materialismo como dogma, a despeito de sua incapacidade de explicar as experiências mais simples da nossa vida diária. As tribulações em que vivemos, no entanto, exigem um novo paradigma. As descobertas da física quântica nos permite, pela lógica científica, compreender que a consciência é a base de tudo, e não a matéria. E essa mudança na visão de mundo deve refletir em nosso comportamento, deve refletir em quem somos. O ativismo quântico é uma maneira de ir atrás dessa ideia, desse novo paradigma. É a busca pela transformação pessoal e da nossa sociedade a partir de fundamentos que não o materialismo: a física quântica, o desenvolvimento espiritual e nosso poder criativo.
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– Que sabemos nós? – Amit Goswam – Entrevista e Idéias
Planeta – Qual o foco de suas pesquisas atuais?
Amit – Agora estou concentrado nos estados extremamente elevados de consciência, o que na Índia é chamado de samadhi.
Planeta – Como a comunidade científica encara a sua afirmação de que a consciência cria o mundo físico?
Amit – Existe uma negligência (não má vontade), de certa forma benéfica, por parte da comunidade científica. Talvez essa reserva deva-se ao fato de se achar que não é preciso ir tão longe quanto eu quero ir para chegar a uma conclusão necessária. Por outro lado, existem alguns cientistas, fora da comunidade dos físicos, que já estão chegando tão longe quanto eu. São os psicólogos. A psicologia é uma dessas ciências que acompanham a mesma busca. A maioria das pessoas que realmente se aprofunda na física quântica acaba concluindo que este é um sistema valioso.
Planeta – E onde você quer chegar?
Amit – Não é tão distante. Parece distante para as pessoas que acreditam que a ciência e a religião não devem estar incluídas no mesmo conjunto, que acham que elas não combinam.
Planeta – Principalmente nos Estados Unidos, onde a sociedade é muito materialista…
Amit – Na verdade, eu passei boa parte da minha vida como materialista, mas também era integrante da comunidade científica. Nos Estados Unidos há uma concentração de pessoas, na costa oeste, que vivem, por assim dizer, no limiar (fazendo uma metáfora com a falha geológica da costa californiana). Deepak Chopra, por exemplo, mora em San Diego; Fritjof Capra, no Oregon; Peter Russel e eu moramos em San Francisco. Nos Estados Unidos existe esse materialismo profundo, porém, quanto mais profundo ele se torna, maior é a necessidade da espiritualidade. Eles partem do ponto de vista de uma espiritualidade materialista, ou seja, de uma espiritualidade que tenha uma meta. Chogyam Trungpa criticava muito seus alunos dizendo que eles praticavam uma espiritualidade para chegar a algum lugar. E é exatamente o contrário. A espiritualidade é você aprender que não tem de chegar a lugar algum, pois você já traz em si esse potencial.
Planeta – De que maneira a física quântica interpreta a consciência?
Amit – A maneira comum de analisar a consciência é considerá-la como um resultado secundário (epifenômeno) da atividade cerebral. O problema desse ponto de vista é que se começa com partículas produzindo átomos, átomos produzindo moléculas, moléculas produzindo neurônios, neurônios produzindo o cérebro e o cérebro produzindo consciência. Isso transforma a consciência em um objeto, apesar de que os objetos fazem parte da experiência da nossa consciência, e não só eles mas o todo. O enfoque convencional não consegue incorporar essa duplicidade do sujeito e objeto. Na física quântica existe uma profunda descontinuidade, sendo que algumas partes do movimento quântico são previsíveis. Por exemplo: os objetos da física quântica são considerados ondas de possibilidades. Como essas possibilidades vão se espalhar pode ser previsto pela matemática quântica, mas como as possibilidades se transformam em realidade concreta não pode ser previsto. A consciência faz o colapso (1) dessas possibilidades para ser algo, isso é o que chamamos de salto quântico. Então a consciência é incorporada na física quântica como o escolhedor da realidade, entre as possibilidades existentes.
Planeta – Por isso a consciência não depende do cérebro?
Amit – Não somente a consciência não depende do cérebro como é o cérebro que depende da consciência. Isso vira o ponto de vista materialista (newtoniano) de cabeça para baixo. A vantagem é que você consegue começar a entender a divisão entre sujeito e objeto, e incorporá-los em uma mesma realidade. Percebi, ao longo do tempo, que aprendi mais analisando ocorrências extraordinárias do que ordinárias.
Planeta – Tal interpretação seria uma outra forma de entender a explicação da realidade como maya (ilusão), dada pelo hinduísmo e o budismo?
Amit – A realidade está além de maya. No antigo hinduísmo havia o conceito de descontinuidade, e por falta de uma linguagem quântica eles a chamavam de maya. Mas acaba sendo a mesma coisa em matéria de descontinuidade, que é a maneira pela qual a física quântica mensura essa descontinuidade, esse salto.
Planeta – Durante sua palestra sobre criatividade, você disse que, quando não estamos olhando para os objetos quânticos, eles se espalham em possibilidades. Como esse fenômeno acontece?
Amit – Esse é o ponto mais fundamental e misterioso dos objetos quânticos. A física quântica afirma que os objetos se espalham em ondas de possibilidades, mas quando nós os observamos, os vemos como partículas localizadas. Acontece que eles não são partículas newtonianas, o que em física quântica significa que a sua trajetória não pode ser determinada, definida. Elas têm a possibilidade de seguir várias trajetórias, mas somos nós, com nossa autonomia, que escolhemos qual será a sua possibilidade.
Planeta – Através do ato de ver?
Amit – O ato de observar determina a trajetória que será trilhada pela partícula. Contudo, esse efeito não é uma reação, mas uma coisa descontínua. Não pode ser dado um modelo matemático para isso. É um ato de escolha, de livre-arbítrio. Em todas essas possíveis trajetórias, a observação acaba escolhendo uma delas e a consciência acaba fazendo essa decisão.
Todas as possibilidades existem dentro da consciência neste instante. O colapso pega todas essas possibilidades e faz resultar na partícula.
Planeta – Aqui temos uma definição realmente metafísica…
Amit – Desde o início a física quântica tem sido metafísica. Nos velhos tempos, Niels Bohr e Einstein tiveram um debate interessante sobre a natureza filosófica da física quântica. Posteriormente, suas discussões foram esclarecidas, através da ciência e de estudos, e agora estão a favor do radicalismo quântico. A pergunta é: Quão radical temos de ser em relação à natureza da consciência? Pois radical é afirmar que a consciência é a base de tudo. Esse radicalismo também diz que existe uma consciência cósmica que colapsa as possibilidades. Sem ser tão radical, é o mesmo que dizer que nós temos o poder de provocar esse colapso com a nossa consciência, que, segundo a física quântica, é integrativa.
Planeta – Qual a participação da meditação no seu processo de pesquisa da consciência?
Amit – É impossível fazer um estudo de consciência sem a capacidade de mergulhar em si mesmo, atingindo outros níveis de percepção. A meditação é o mergulho, o caminho. No meu estudo da física, percebi, ao longo do tempo, que aprendi mais analisando ocorrências extraordinárias do que ordinárias. Os estados não-ordinários de consciência, aos quais a meditação nos leva, são muito importantes para se começar a entender o processo quântico, assim como para o estudo da consciência. Entretanto, eu sou um cientista teórico. A maior parte do meu trabalho acontece dentro do reino teórico. Não é puro pensamento, pois também envolve dados. Conheço profundamente os dados resultantes de experimentos de laboratórios e concretos, e incorporo isso ao meu lado teórico.
Planeta – Já que o universo é autoconsciente, o que você sugere para as pessoas começarem a atuar de forma mais evolutiva na sua realidade?
Amit – A humanidade tem de acordar, escutar, ouvir, ver esse universo autoconsciente. Existem duas fortes tendências: uma nos leva a estados de ser cada vez mais condicionados, a outra nos leva para um lado mais criativo. Nesta idade tão materialista, o condicionamento que nós recebemos é muito intenso. Quanto mais condicionados ficamos, mais distantes estaremos da realidade quântica. Daí a criatividade e o amor serem muito importantes, pois são forças unificadoras que nos levam de volta à unidade. Até que a gente sinta a força e o poder da unidade, dizer que o universo autoconsciente é pura falação. Assim, só se consegue usar essa idéia para ganhar dinheiro, sem resultar em nenhuma transformação de ninguém. Ao perceber que a realidade é uma coisa só, aí sim conseguiremos nos transformar. E a nossa vida se tornará feliz, criativa, amorosa. Com a nossa transformação individual começará a haver uma transformação coletiva, mundial. Tenho boas esperanças em nossas possibilidades de alcançar uma transformação planetária neste século que se inicia.
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Planeta – Como devemos entender a criatividade para melhor exercê-la?
Amit – Toda criatividade é mental, e assim precisamos entender o que é a mente, pois ela é que processa os significados. Para os cientistas, a mente é um fator secundário do cérebro. Se assim fosse, então a criatividade não existiria, porque o cérebro não pode processar o significado. O que a criatividade pode fazer à nossa volta é nos ajudar a ver um sentido novo naquilo que todos vêem como algo comum. O melhor da nossa criatividade está em achar um contexto novo para potencializá-la. Por isso, é importante perceber como a nossa mente se condiciona a ver os contextos que nos são dados. A física quântica afirma que mesmo o mundo material é criado por nós momento a momento. E o universo inteiro é criado para que a consciência possa se ver na criação. Segundo a física quântica, um elétron pula de um corpo para outro, sem passar pelo espaço intermediário, e este salto é descontínuo. Aqui temos o ponto fundamental da criatividade. Todos os insights são novos, no sentido de que não existe pensamento prévio. Nesse movimento mental, realizamos o salto fora da mente, que é condicionado ao intelecto que não está condicionado, e trazemos o contexto em que podemos pensar novos pensamentos. É nisso que constitui a criatividade: damos um salto sem passar por estágios intermediários de significados. Para ser mais criativo, deve-se estar atento à proposta universal para colaborar mais com ela. É começar a tomar conhecimento de que você tem mais do que a mente, e abri-la para entender que existe o livre- arbítrio, a não-localidade, o amor, a interconexão entre as pessoas.
Uma influência ou comunicação instantânea, sem qualquer troca de sinais através do espaço-tempo, uma totalidade intacta ou não-separabilidade que transcende o espaço- tempo. (Em O Universo Autoconsciente, de Amit Goswami.)
A ciência caminha para uma profunda transformação, que deverá jogar por terra o atual paradigma dualista.
Planeta – O boom da Internet tem provocado muitas expectativas em diversos setores. Existe até empresa de computação mobilizando-se para desenvolver uma rede mundial quântica. Você acredita que isso possa ajudar nessa transformação?
Amit – Pode ser uma força boa, mas ainda é difícil usá-la corretamente. Há muita informação. Deve-se entender que a mudança radical ocorre primeiramente dentro de um grupo fechado. Na Internet há uma quantidade tão grande de informação que a voz de quem realmente tem o que dizer fica perdida. Nós não precisamos tanto de informação, mas sim de transformação. Com muita informação as pessoas se tornam superficiais. E o estudo da física quântica exige que as pessoas vivenciem experiências mais profundas, que deixem o mundo superficial e entrem no mundo interior, que olhem para dentro.
Tais experiências são de consciência não-ordinária, o que resumimos no termo “salto quântico”. Nesses estados de consciência também podem ocorrer os estados não-localizados, como o amor.
Planeta – O que é um grande desafio para os cientistas cartesianos…
Amit – Sim. Os psicólogos transpessoais são os que têm feito mais esse tipo de experiência. Por exemplo: Abraham Maslow, um cientista que realizou muitas pesquisas, acabou sendo transformado pelo seu trabalho. Será que o cientista aceitaria ser transformado pelo seu próprio estudo? À medida que for se aprofundando, ele será obrigado a se transformar. Mas será que ele aceitará essa transformação? Quando se experienciam os estados mais sutis de consciência, desaparecem todas as dúvidas em relação à unidade da existência. E um cientista com tal percepção nunca irá se referir à consciência como um objeto, pois os modelos mais materialistas nunca constituirão apelo a um cientista interessado na profundidade.
Planeta – Caminhamos para a convergência da tradição de sabedoria com a ciência?
Amit – Está acontecendo, bem no centro do materialismo, a transformação da ciência em si. Não tenho dúvida de que, dentro desse contexto, o paradigma científico está se deslocando. Daqui a algumas décadas, o peso dos resultados das pesquisas científicas será tão decisivo que irá deslocar de vez o antigo paradigma dualista. Será algo comparável à época em que se falava que a Terra, e não o Sol, era o centro do universo. Quando isso acontecer, deverá ser atingida a mente mais popular. Daí, então, a felicidade e a consciência irão receber mais a nossa atenção. Porque hoje estamos perdidos, buscando alguma coisa sem saber bem o que é. Mas, quando isso acontecer, começaremos a procurar em nós mesmos a fonte dessa felicidade.
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–  Goswami / Frases / Idéias
“O universo é auto-consciente através de nós”. No seu livro “O Universo Auto-Consciente” – demonstra como a consciência cria o mundo material. Científicamente, através da física quântica, ele prova que o universo é um conjunto superior – Deus. Isto torna sólida a sua afirmação de que á a consciência que cria a matéria e não o contrário, como até hoje “crê” o Realismo Materialístico implantado na ciência por Isaac Newton e Rennè Descartes.
– Infinito:
Atualmente, o físico Amit Goswami presta serviços no Instituto de Ciências Noéticas, fundado pelo astronauta e psicólogo Edgard Mitchell. “A FILOSOFIA DO IDEALISMO MONISTA“. “Quanto mais eu observo o universo mais ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina”. – Albert Einstein. A base do Idealismo Monista é a CONSCIÊNCIA e não a matéria. Reduzindo-se tudo à sua origem encontramos a CONSCIÊNCIA. Ela é a realidade única e final da matéria, dos pensamentos, a noção do imanente e do transcendente, os arquétipos, idéias, do mundo manifesto, enfim, tudo é a consciência. A filosofia do Idealismo Monista é unitária, as subdivisões são realizadas pela e na consciência.
– A Alegoria da Caverna – Platão
Dentro de uma caverna estão sentados seres humanos, hipnotizados pelo jogo de luzes e sombras projetado na parede da caverna. A hipnose é tão grande, que estes seres não se voltam e não conseguem tirar os seus olhos daquela projeção. Entretanto, é a luz que projeta aquele espetáculo de sombras, do universo que está lá fora. Nós somos idênticos aos seres que estão nesta caverna, como eles, confundimos a realidade com as sombras-ilusões, que contemplamos embevecidos na parede da nossa caverna. Entretanto, a realidade genuína está às nossas costas na luz e nas formas arquetípicas que ela projeta como sombras. Esta alegoria serve para demonstrar que os nossos “espetáculos de sombras” são as manifestações imanentes-irreais da nossa experiência humana de realidades arquetípicas, pertencentes a um mundo transcendente. A LUZ é a única realidade nesta alegoria, pois é tudo o que percebemos. – “No idealismo Monista, a CONSCIÊNCIA é como a luz na Caverna de Platão”. Amit Goswami.
– O idealismo Monista em várias tradições antigas
Vedanta – Índia: NAMA são os arquétipos transcendentes e RUPA a sua forma imanente. A Consciência Universal é Brahman, o ser fundamental e único. Brahman existe para além de Maya (ilusão). ”Todo este universo sobre o qual falamos e pesamos nada mais é do que Brahman. Nada mais existe”.
Budismo: NIRMANAKAYA e SAMBHOGAKAYA são os reinos materiais e das idéias. DHARMAKAYA, acima destes reinos é a consciência única que os ilumina. Na realidade, só existe o Dharmakaya! “Nirmanakaya é a aparência do corpo de Buda e as suas atividades inescrutáveis. O Dharmakaya de Buda está livre de qualquer percepção ou concepção de forma”.
Taoísmo: O Yin-Yang é um símbolo taoísta. O yang é a parte clara, símbolo masculino e o yin a parte escura, símbolo do feminino. O yang é o reino do transcendente e o yin o imanente. “Aquilo que permite ora as trevas, ora a luz, é o TAO”, o Uno que transcende suas manifestações complementares.
A Kabbalah judaica: são duas as ordens de realidade: Sefiroth – transcendente, teogonia e a Alma de peruda imanente “o mundo da separação”. O ZOHAR diz: “Se o homem contempla as coisas em meditação mística, tudo se revela com Uno”.
Cristandade: Céu, transcendente e Terra, imanente. São originadas, estas palavras, do Idealismo Monista. O que está além do céu e da terra? O Rei, a Divindade. “Ela (a consciência fundamento do SER) está em nosso intelecto, alma e corpo, no céu, na terra, enquanto permanece em SI MESMA. Ela está simultaneamente em, à volta e acima do mundo supercelestial, um sol, uma estrela, fogo, água, espírito, orvalho, nuvem, pedra, rocha, tudo o que há”. Dionísio – idealista cristão.
Leia mais – Monismo
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Há que se observar que em todas estas descrições a Consciência é tida como ÚNICA, mas chega até nós através das suas manifestações complementares, idéias e formas. Este é um importante e precioso componente da Filosofia Idealista. Misticismo: Você pode pegar uma pedra, pode arrastar e se sentar em uma cadeira, observar as coisas ao seu redor e crer que são realidades materiais separadas de você e das outras pessoas. Você as considera REAIS, porque as experiências da forma como se fossem materiais e perfazendo toda uma realidade. As experiências mentais são diferentes, não se parecem com as ditas reais e materiais, por esta razão, nós resolvemos que “mente” e “corpo” são separados, cada qual no seu domínio, nos tornamos, portanto, dualistas. Com o dualismo as explicações ficam dificultadas: como pode uma coisa imaterial, como a mente, interagir com outra material, como corpo material? Se interagirem uma com o outro, qual seria a troca de energias entre os dois? Pela lei da “conservação de energia” no universo material, a energia permanece constante e nada ainda nos provou que essa energia foi desviada para o domínio mental ou que dele foi retirada. E agora? Como estes dois domínios agem para fazerem as suas interações? Os seguidores do idealismo sustentam a realidade primária da consciência e dão o justo valor às nossas experiências subjetivas, mas …não sugerem e nem afirmam que a consciência é a MENTE. Muita atenção: costumamos confundir  – A CONSCIÊNCIA NÃO É A MENTE. Mantenham esta explicação para sempre.
Então o que é a consciência? Pego, nas minhas mãos uma bola que é um objeto material. E penso neste objeto como sendo uma bola. O objeto material-bola – e o mental – meu pensamento sobre o objeto bola – todos os dois se tornam objetos na consciência e nesta experiência existe um observador, um sujeito que está experimentando – pegar na bola e nela pensar. De acordo com Idealismo Monista, a consciência do sujeito em uma experiência sujeito-objeto é a mesma que constitui o fundamento de todo o ser: só há um “sujeito-consciência” pois a consciência é UNITIVA e SOMOS essa consciência. Os Upanishades, livros sagrados da Índia, afirmam – “Tu és ISSO” – e os hindus chamam à consciência, sujeito/ser de ATMAN. No cristianismo, a consciência é o Cristo Interno, o Eu Superior ou o Espírito Santo. Para o cristão, ela é a LUZ interna. O que importa não são os seus nomes e sim a sua experiência transmutadora inefável, inestimável.
– Postulados de Goswami sobre a Consciência
Goswami aponta os quatro aspectos da consciência:
1. Percepção: campo da mente, trabalho global;
2. Os objetos da consciência: pensamentos e sentimentos passageiros;
3. O sujeito/observador/experienciador e testemunha – o self consciente;
4. Consciência, fundamento de todo o SER.
Não podemos identificar a consciência com as nossas percepções motoras, sensações e impressões sensoriais. Você se identifica com os seus dedos, no ato de escrever ou com os seus pés no ato de andar? Nada disto e nem um dos chamados “concomitantes” externos da nossa experiência consciente podem ser confundidos com os elementos fundamentais da nossa consciência. No âmago da nossa mente, os pensamentos, sentimentos e opções se encarados assim, nos jogariam dentro do conceito errôneo de Descartes – penso logo existo – quando o correto é – “escolho, logo existo” – Escolher é uma função primordial da consciência. “A psicologia não está pronta para enfrentar a consciência” – Amit Goswami retruca – “por sorte, a física está”.
Programa Roda-Viva da TV Cultura de São Paulo, entrevistando o Físico quântico indiano Amit Goswami sobre suas descobertas no campo da espiritualidade feitas pelas próprias pesquisas científicas e acadêmicas dentro da Física, Matemática, Medicina, Psicologia, entre outras áreas do conhecimento humano.
– A urgência da Nova Medicina Integrativa é curar a doença pela Raiz, não só no corpo físico – Por Amit Goswami
“Nós sempre devemos tentar curar a doença pela raiz. Se é um adoecimento no corpo mental que está causando a doença no corpo físico, então temos que tratar o corpo mental. Ou se for no nível vital, então temos que tratar o corpo vital. Essa é a idéia da medicina integrativa. É um fato que 75% ou 80% das nossas doenças são de fato doenças crônicas. E é um fato que nas doenças crônicas o papel do corpo físico é secundário. O que está acontecendo é que o corpo físico sofre de fato do desgaste natural, mas não há correção a ser feita nesse caso. Não há cura física para órgãos que se tornaram envelhecidos e que portanto não conseguem mais cumprir suas funções, exceto pela substituição dos órgãos, que obviamente é um processo difícil (…). Desta forma, voltamos à medicina alternativa, porque o corpo vital pode ser ajustado, criativamente, para se encaixar mesmo no mais deformado, mesmo nos órgãos físicos envelhecidos.” – Amit Goswami, “O Ativismo Quântico e a Saúde”
A integração da medicina alopática, predominante em países como o Brasil e os Estados Unidos, e a medicina integrativa, cujas origens estão no Ayurveda, da Índia, a Medicina Tradicional e a Acupuntura, da China, entre outras, é o tema desse vídeo em que o físico indiano Amit Goswami (autor de “A Física da Alma” e “O Universo Autoconsciente”, entre outros) explica a importância da mudança de paradigma e o reconhecimento da “cura quântica” na prática medicinal contemporânea. Além dos baixos custos, o reconhecimento do paradigma quântico traz uma compreensão ampliada sobre o processo da doença no ser humano, traz o reconhecimento dos papel de seus outros corpos – vital, mental, supramental – na gênese das doenças e muda o entendimento do tratamento do corpo físico na busca da cura. “O problema do materialismo científico é que ele lida apenas com o aspecto material de tudo, e é por isso que temos que nos engajar no ativismo quântico, porque a visão tem que mudar”, diz Amit num dos trechos da entrevista.
Amit Goswami explica como integrar a medicina alternativa e a medicina alopática através do ativismo quântico. A importância desta integração reside não apenas nas questões financeiras que tornaram a medicina convencional extremamente custosa, mas pela própria natureza da saúde e sua relação com aspectos não materiais que influenciam no processo de adoecimento.
– O advento da Física Quântica e o realismo Materialista – Por Amit Goswami
Enfrentamos hoje na física um grande dilema. Na física quântica – a nova física – descobrimos um marco teórico que funciona. Explica um sem-número de experimentos de laboratório, e muito mais. A física quântica deu origem a tecnologias de imensa utilidade, tais como as de transistores, lasers e supercondutores. Ainda assim, não conseguimos extrair sentido da matemática da física quântica sem sugerir uma interpretação dos resultados experimentais que numerosos indivíduos só podem considerar como paradoxal, ou mesmo inaceitável.
Vejamos, como exemplo, as propriedades quânticas seguintes:
1 – Um objeto quântico (como um elétron) pode estar, no mesmo instante, em mais de um lugar (a propriedade da onda).
2 – Não podemos dizer que um objeto quântico se manifeste na realidade comum espaço-tempo até que o observemos como uma partícula (o colapso da onda).
3 – Um objeto quântico deixa de existir aqui e simultâneamente passa a existir ali, e não podemos dizer que ele passou através do espaço interveniente (o salto quântico).
4 – A manifestação de um objeto quântico, ocasionada por nossa observação, influencia simultaneamente seu objeto gêmeo correlato – pouco importando a distância que os separa (ação quântica a distância).
Não podemos ligar a física quântica a dados experimentais sem utilizar alguns esquemas de interpretação, e a interpretação depende da filosofia com que encaramos os dados. A filosofia que há séculos domina a ciência (o materialismo físico, ou material) supõe que só a matéria – que consiste de átomos ou, em última análise, de partículas elementares – é real. Tudo mais são fenômenos secundários da matéria, apenas uma dança dos átomos constituintes. Essa visão do mundo é denominada realismo porque se presume que os objetos sejam reais e independentes dos sujeitos, nós, ou da maneira como os observamos. A idéia, contudo, de que todas as coisas são constituídas de átomos é uma suposição não provada. Não se baseia em prova direta no tocante a todas as coisas. Quando a nova física nos desafia com uma situação que parece paradoxal, quando vista da perspectiva do realismo materialista, tendemos a ignorar a possibilidade de que os paradoxos possam estar surgindo por causa da falsidade de nossa suposição não comprovada. (Tendemos a esquecer que uma suposição mantida por longo tempo não se transforma, por isso, em verdade, e, não raro, não gostamos que nos lembrem disso.)
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Atualmente, numerosos físicos desconfiam que há alguma coisa de errado no realismo materialista, mas têm medo de sacudir o barco que lhes serviu tão bem, por tanto tempo. Não se dão conta de que o bote está à deriva e precisa de novo rumo, sob uma nova visão do mundo. Há por acaso uma alternativa ao realismo materialista? Essa tese esforça-se, sem sucesso, a despeito de seus modelos de computador, para explicar a existência da mente, em especial o fenômeno de uma autoconsciência causalmente potente. “O que é consciência?” O realista materialista tenta ignorar a pergunta com um encolher de ombros e com a resposta arrogante de que ela nenhuma importância tem. Se, contudo, estudamos, por menor que seja a seriedade, todas as teorias de que a mente consciente constrói (incluindo os que a negam), então a consciência tem, de fato, importância. Desde o dia em que René Descartes dividiu a realidade em dois reinos separados – mente e matéria -, numerosas pessoas têm-se esforçado para racionalizar a potência causal da mente consciente dentro do dualismo cartesiano. A ciência, contudo, oferece razões irresistíveis para que se ponha em dúvida que seja sustentável uma filosofia dualista: para que haja interação entre os mundos da mente e da matéria, terá de haver intercâmbio de energia. Ora, sabemos que no mundo material a energia permanece constante. Certamente, portanto, só há uma realidade. Aí é que surge o problema: se a única realidade é a realidade material, a consciência não pode existir, exceto como um epifenômeno anômalo. A pergunta, portanto, consiste no seguinte: há uma alternativa monística ao realismo materialista, caso em que mente e matéria são partes integrais de uma mesma realidade, mas uma realidade que não se baseia na matéria? Estou convencido de que há. A alternativa que proponho é o idealismo monístico. Esta filosofia é monística, em oposição à dualística, e é idealismo porque idéias (não confundir com ideais) e a consciência da existência das mesmas são consideradas como os elementos básicos da realidade, a matéria é julgada secundária. Em outras palavras, em vez de postular que tudo (incluindo a consciência) é constituído de matéria, esta filosofia postula que tudo (incluindo a matéria) existe na consciência e é por ela manipulado.
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Notem que a filosofia não diz que a matéria é não real, mas que a realidade da matéria é secundária à da consciência, que é em si o fundamento de todo ser – incluindo a matéria. Em outras palavras, em resposta à pergunta “O que é a matéria?”, o idealista monístico jamais responderia: “Esqueça!” Estas argumentações mostram que a filosofia do idealismo monístico proporciona uma interpretação, isenta de paradoxo, da física quântica, e que é lógica, coerente e satisfatória. Além disso, fenômenos mentais – tais como autoconsciência, livre-arbítrio, criatividade, até mesmo percepção extra-sensorial – encontram explicações simples e aceitáveis quando o problema mente-corpo é reformulado em um contexto abrangente de idealismo monístico e teoria quântica. Este quadro reformulado do cérebro-mente permite-nos compreender todo nosso self, em total harmonia com aquilo que as grandes tradições espirituais mantiveram durante milênios. A influência negativa do realismo materialista sobre a qualidade da moderna vida humana tem sido assombrosa. O realismo materialista postula um universo sem qualquer significado espiritual: mecânico, vazio e solitário. Para nós – os habitantes do cosmo – este é talvez o aspecto mais inquietante porque, em um grau assustador, a sabedoria convencional sustenta que o realismo materialista predomina sobre teologias que propõem um componente espiritual da realidade, em acréscimo ao componente material. Os fatos provam o contrário. A ciência prova a superioridade de uma filosofia monística sobre o dualismo – sobre o espírito separado da matéria. Esta explanação fornece uma argumentação convincente, fundamentada em dados existentes, de que a filosofia monística necessária agora no mundo não é o materialismo, mas o idealismo. Na filosofia idealista, a consciência é fundamental e, nessa conformidade, nossas experiências espirituais são reconhecidas e validadas como dotadas de pleno sentido. Esta filosofia aceita muitas das interpretações da experiência espiritual humana que deflagraram o nascimento das várias religiões mundiais. Desse ponto de observação, vemos que alguns dos conceitos das várias tradições religiosas tornam-se tão lógicos, elegantes e satisfatórios quanto a interpretação dos experimentos da física quântica.
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Conhece-te a ti mesmo. Este foi o conselho dado através das eras por filósofos inteiramente cientes de que nosso self é o que organiza o mundo e lhe dá significado, e compreender o self juntamente com a natureza era o objetivo abrangente a que visavam. A aceitação do realismo materialista pela ciência moderna mudou tudo isso. Em vez de unidade com a natureza, a consciência afastou-se dela, dando origem a uma psicologia separada da física. Conforme observa Morris Berman, esta visão realista materialista do mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado e condenou-nos a um mundo alienígena. Atualmente, vivemos como exilados nesta terra estranha. Quem, senão um exilado, arriscar-se-ia a destruir esta bela terra com a guerra nuclear e a poluição ambiental? Sentirmo-nos como exilados solapa nosso incentivo para mudar a perspectiva. Condicionaram-nos a acreditar que somos máquinas – que todas as nossas ações são determinadas pelos estímulos que recebemos e por nosso condicionamento anterior. Como exilados, não temos responsabilidade nem escolha. E o livre-arbítrio é uma miragem. Este é o motivo por que se tornou tão importante para cada um de nós analisarmos em profundidade nossa visão do mundo. Por que estou sendo ameaçado de aniquilação nuclear? Por que a guerra continua a ser um meio bárbaro para resolver litígios mundiais? Por que há fome endêmica na África, quando nós, só nos Estados Unidos, podemos tirar da terra alimento suficiente para saciar o mundo? Como foi que adquiri uma visão do mundo (mais importante ainda, estou engasgado com ela?) que determina tanta separação entre mim e meus semelhantes, quando todos nós compartilhamos de dotes genéticos, mentais e espirituais semelhantes? Se repudiamos a visão de mundo ultrapassada, que se baseia no realismo materialista e investigamos a nova/velha visão que a física quântica parece exigir, poderemos, o mundo e eu, ser integrados mais uma vez? Precisamos nos conhecer, precisamos saber se podemos mudar nossas perspectivas – se nossa constituição mental permite isso. Poderão a nova física e a filosofia idealista da consciência dar-nos novos contextos para a mudança?
Cientistas-Post-22.09.2015-7– A economia espiritual de Amit Goswami
Para o físico e filósofo indiano Amit Goswami, a espiritualidade deve ganhar um papel cada vez mais importante no mundo dos negócios.
– Janela Visionária – O que é a Economia Espiritual? – Uma entrevista com Amit Goswami para PLANETA – 19/09/2015
A teoria clássica do capitalismo só considera a dimensão física da realidade, e prevê um capitalismo sempre em expansão – o que não é sustentável. O problema é que não somos apenas matéria. Somos também o que sentimos, o que pensamos, e ainda os arquétipos de amor, beleza, justiça, existentes no nível sutil do nosso ser. O economista Adam Smith, criador do capitalismo moderno, ignorou essas coisas, pois não eram mensuráveis. É por conta dessa falha que temos esses ciclos de recessão e expansão econômica, que não podemos sustentar. Quando introduzimos na equação econômica o nível sutil da pessoa humana – as energias vitais, o processamento de significados mentais e o nível supramental, no qual estão os valores arquetípicos -, percebemos que ela se fecha. Nos tempos de recessão, podemos investir mais no setor sutil da economia, e quando ela acaba voltamos ao consumo de bens materiais. O desejo de consumir será menor, pois se estamos bem equilibrados na dimensão sutil, se sentimos amor, precisamos menos de bens materiais. A demanda não será tão alta, o que torna possível poupar os recursos ambientais. Amit Goswami propõe, em seu novo livro, que as empresas produzam energias sutis ativamente, de forma orquestrada. Isso trará uma grande transformação no modo como os negócios são feitos.
– Perguntas e Respostas – As Propostas de Amit Goswami para uma Economia Espiritual
As empresas teriam, então, uma produtividade não-material?
Amit Goswami – O conceito de produtividade não-material é a base da economia espiritual. Já produzimos aspectos não-materiais de nós mesmos – por exemplo, uma peça de teatro é um empreendimento que produz significado. Quando assistimos a uma peça de Shakespeare, ganhamos insight sobre nós mesmos. Ela nos dá significado, nos lembra de quem somos. Mas até agora só olhamos para uma companhia de teatro pelo que ela produz em dinheiro, e não como um negócio que produz significado. E apenas por isso consideramos esse tipo de negócio como não muito lucrativo. O que estou sugerindo é: em vez de concentrar-se apenas na produção material, os negócios devem considerar a produção ativa de energias sutis nos domínios vital, mental e até mesmo supramental. E que prestem contas disso, fazendo com que seus balanços reflitam a produção do setor material e a produção no setor sutil. Assim como, hoje, o meio ambiente é considerado um ativo econômico, proponho que amor, gentileza, bem-estar e criatividade sejam também considerados bens de uma nova economia.
Como fazer com que isso valha no ambiente de trabalho do dia-a-dia?
Amit Goswami – Algumas empresas já reconhecem que as pessoas ficam mais criativas quando têm mais tempo de lazer. É importante que elas reconheçam a necessidade desse tempo, um tempo para ser, e proporcionem o ócio criativo a seus empregados. Gosto de usar o conceito de ócio criativo. A criatividade dos seus empregados aumentará, assim como a produção de energias sutis. No ócio criativo, nos tornamos menos separados, menos fragmentados e, nesse estado de consciência una, nosso coração se abre, nossa capacidade de expressão aumenta, geramos energia positiva. O significado mental pode ser medido falando com as pessoas e observando seu comportamento. No início, será preciso que alguém de fora faça isso, pois as pessoas podem fingir, por medo. Mas, uma vez que a cultura mude, esse fingimento acaba.
Economia solidária, consumo consciente, comércio justo são sinais de uma economia espiritual nascente? E o que o senhor acha do Nobel da Paz concedido em 2006 a Mohammad Yunus pelo Banco do Povo, em Bangladesh, que durante 30 anos vem oferecendo microcrédito particularmente às mulheres?
Amit Goswami – Essa microeconomia está fazendo milagres em pequenas vilas de Bangladesh, e se encaixa perfeitamente no que estou tentando dizer. Basta investir um pouquinho de dinheiro para dar segurança e dignidade à pessoa. O que dá dignidade não é o aquecimento central ou o automóvel, mas a possibilidade de ganhar o suficiente para permitir o processamento dos aspectos superiores do ser – significado, sentimento, arquétipos. A falta de segurança básica é o que leva as pessoas ao desespero, assim como nos desesperamos quando o corpo físico fica doente. O corpo físico é importante, e a medicina alopática pode curá-lo. Mas depois precisamos curar os níveis superiores, e isso a medicina alopática não pode fazer. O mesmo vale para a economia e as pessoas que vivem nessa economia.
O senhor acha que o ser humano pode controlar a cobiça por dinheiro e poder? Como essas idéias podem florescer?
Amit Goswami – A escravidão às emoções negativas só pode acabar se adotarmos práticas espirituais, como a meditação, a ioga, a oração. Os mestres espirituais vêm nos dizendo isso há tempos, mas não as praticamos – essa é a armadilha. Sugiro que nos aproximemos de pessoas sábias e cheias de vitalidade. Por causa da não-localidade e da interconectividade das nossas consciências (características que permitem à consciência agir a distância e ligar-se a tudo, respectivamente ), já comprovadas pela física quântica, a proximidade dessas pessoas nos dará energia positiva, automaticamente. Essa é uma forma maravilhosa de equilibrar as energias negativas geradas pelos nossos circuitos cerebrais. Outra coisa é nos mantermos longe de estímulos negativos, como filmes e programas de tevê violentos. A combinação entre manter-se longe de estímulos violentos e aproximar-se de energias positivas – que podemos captar também na natureza – vai nos ajudar.
O que levou o senhor, um físico, a estudar economia?
Amit Goswami – Houve uma progressão no meu trabalho. Primeiro, desenvolvi a solução do paradoxo da medição quântica, o que me levou à psicologia. Então, me interessei pelo estudo da criatividade, que considero física quântica aplicada à mente. Depois, minha atenção se dirigiu à busca de uma explicação sobre a reencarnação e o que acontece depois da morte. Então, me interessei pela cura física, e mostrei que podemos construir uma medicina muito mais integral se incluirmos no modelo terapêutico os corpos sutis e o conceito de causação descendente. Faltava aplicar o novo paradigma a ciências mais “duras”, como a biologia, e me debrucei num livro sobre evolução biológica, que será lançado em um ou dois anos. A evolução biológica começa a ser entendida agora de modo análogo à evolução da consciência – ambas acontecem em saltos quânticos – e isso explica as falhas na evolução dos fósseis que o darwinismo não consegue explicar. Só depois disso decidi aplicar a nova ciência às ciências sociais. Minha atenção se voltou ao capitalismo porque nele a abordagem da economia é mais científica. A ciência está passando por uma mudança radical de paradigma. Em vez de pensar na matéria como base da existência, sabemos atualmente que a base de tudo é a consciência – e é isso que leva à causação descendente. Quando introduzimos essa ciência no ambiente econômico, surge uma nova economia que podemos chamar de economia espiritual. Ela contribui muito mais para o bem-estar espiritual dos empregados, o que afeta inclusive o produto e, portanto, o cliente. Prevejo um papel mais importante para a espiritualidade no mundo dos negócios, no futuro.
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– Conclusão e Nota do Blog
Há cerca de três mil anos, pessoas muito criativas de várias partes do mundo – Índia, Grécia, Oriente Médio e China – descobriram aquela que, segundo imaginaram, seria uma verdade fundamental sobre os seres humanos: por trás de nossa separação imanente, há uma Unidade Transcendental. Esta unidade transcendental foi chamada por vários nomes, como Espírito, e, mais recentemente, Consciência. Surgiram religiões dos ensinamentos desses grandes Mestres – versões popularizadas das grandes tradições. Acima de tudo, seu lema era: simplificar. As pessoas não entendem o que significa “transcendência” em oposição à realidade de tempo-espaço imanente. Não importa. A religião equiparava transcendência e espaço exterior. As pessoas não conseguem visualizar, e muito menos explorar, uma consciência unitária com poder causal chamada Causação Descendente. As religiões criaram a idéia de Deus à imagem de um ser humano, só que todo-poderoso. Com o tempo, o conceito corrompeu-se ainda mais. Primeiro: as tradições espirituais deram-nos o conceito de virtudes divinas, ou arquétipos como Amor e Bondade, que disseram que deveriam ser cultivadas criativamente. Mas onde está o tempo para investigação criativa dos atarefados vendedores das religiões? Em lugar disso, os líderes religiosos criaram versões codificadas das realizações dos Grandes Mestres, chamados de Bons livros, que incluíram códigos espirituais e de comportamento moral. Segundo: com o tempo, cada religião começou a se vender como a fé superior ou como o único caminho a seguir. Adeptos de cada religião declararam-se o povo “eleito”. Deste modo, o conceito de Consciência Unitária deu lugar a um novo tipo de separação: nós contra eles. Obviamente, se nossa religião é superior à sua, por que não posso ter a prerrogativa de ser intolerante com relação a suas equivocadas visões religiosas? Logo, o que culmina é a intolerância, baseada em religião, coisa que não tem mais lugar nesta Nova Era de quebra de antigos dogmas e paradigmas. Com o tempo, o sucesso das descobertas da ciência passou a exercer uma influência importante sobre as religiões. Como foi idealizada originalmente para lidar com a matéria, a ciência pode ser usada para explicar em termos de Logos (ou “Deus” – pelo menos, foi o que pensaram). Quando a ciência estava tentando se livrar do dogma das religiões, os liberais apoiaram naturalmente a ciência. Quando a própria ciência tornou-se dogmática, o hábito continuou. Assim, os liberais, agora têm um dogma, o materialismo científico. A maioria dos conservadores, apóia ainda abertamente o dogma oposto – o religioso. A cura para a polarização, a intolerância e a busca da dominação pode ser encontrada numa visão de mundo integradora. E é disto que trata a visão quântica do mundo, que Amit Goswami prega em toda a sua obra – a integração da ciência e da espiritualidade. Na física quântica, os objetos são potencialidades dentre as quais a consciência faz escolhas, e pertencem ao domínio transcendente da realidade. A escolha (a causação descendente) feita pela Consciência cria o domínio espaço-tempo imanente. As potencialidades da Consciência consistem tanto em matéria quanto em mente, com isso, significado, sentimento e valores voltam para a ciência. Naturalmente, vai ser uma luta até colocar a visão quântica de mundo na mente das pessoas, as forças do status quo são muito fortes ainda, mas já dão sinais de arrefecimento na Nova Era do Homem que se inicia. Precisamos do ativismo quântico – pessoas dispostas a dedicar sua criatividade à consciência e à visão quântica de mundo, que reconhecem a supremacia da consciência. A boa notícia é que, com o reconhecimento da importância do significado e dos valores humanos verdadeiros, com o ativismo quântico guiando nossas vidas, as pessoas estão explorando novamente os reais significados da vida. Os novos líderes da Nova Era do planeta que com certeza surgirão, vão dedicar seu poder ao serviço do movimento da Consciência rumo ao significado e aos valores e vão, sem dúvida, emergir do mesmo movimento do ativismo quântico.
EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL
Site oficial de Amit Goswami: amitgoswami.org
Alguns livros de Amit Goswami:
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Bibliografia para consulta
O Universo Autoconsciente – Amit Goswami
Criatividade Quântica – Amit Goswami
Evolução Criativa das Espécies – Amit Goswami
Deus não está morto – Amit Goswami
O Ativista Quântico – Amit Goswami
A Física da Alma – Amit Goswami
Janela Visionária – Amit Goswami
O Médico Quântico – Amit Goswami
Divulgação: A Luz é Invencível
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